Unidade Terapia Intensiva

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UTI

terça-feira, 30 de junho de 2009

Protocolo de ressuscitação cardiopulmonar

ATUALIZAÇÃO DO PROTOCOLO DE RESSUSCITAÇÃO
CARIDOPULMONAR PARA ENFERMEIROS


RESUMO: A doença cardiovascular é a principal causa de morte entre homens,
mulheres e crianças em todo o mundo, este fato é sem duvida uma das maiores
preocupações entre os seres humanos. Existem relatos da ressuscitação cardiopulmonar
desde a Antiguidade, onde muitos avanços têm acontecido nos últimos anos contribuindo
para que muitas vidas possam ser salvas. O presente estudo objetiva qualificar os
profissionais da Enfermagem a desenvolver as manobras de ressuscitação
cardiopulmonar de forma consciente, rápida e eficaz, compreendendo a importância da
sua realização no tempo certo.Quanto à metodologia utilizada para o presente artigo, fezse
uso da revisão bibliográfica
.
INTRODUÇÃO
A preocupação com a morte é uma questão eterna e universal. Desde o
início da história do homem, a morte esteve envolta em uma atmosfera mística e
mágica, mas somente no século XVIII, começou-se a considerar a possibilidade
científica de que a ressuscitação seria possível (PHTLS,1999).
Foram necessários muitos anos até que as manobras de ressuscitação
fossem desenvolvidas.
Poucas circunstâncias na medicina evocam tanta emoção e ansiedade
quanto às decisões agressivas, incondicionais de ressuscitar.
A maioria dos esforços de ressuscitação são iniciados como indicação de
momento, usualmente inesperadamente, usualmente sem nenhum planejamento
prévio e muitas vezes com pouco conhecimento a respeito do paciente envolvido
(CIVETTA, TAYLOR, KIRBY,1992).
Doenças do coração são responsáveis por muitas mortes em todo o
mundo.
Sabemos que o sucesso na recuperação de uma parada cardíaca
respiratória (PCR) depende de uma série de intervenções, dentro e fora dos
hospitais.
Se uma dessas ações for negligenciada, a recuperação da vítima poderá não
acontecer de forma adequada, deixando alterações neurológicas irreversíveis.
(CIRCULATION, 2006).
A PCR possui várias causas, dentre as mais comuns cita-se a obstrução
de vias aéreas por corpos estranhos ou queda da base da língua, o choque
elétrico, overdose de drogas, choque hemorrágico e ataque cardíaco
(GUIDELINE, 2005).
As manobras de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) devem ser
empregadas somente quando for constatada PCR simultaneamente.
Segundo Erazo, a constatação dessas condições deve ser feita pelo
socorrista durante o exame primário (ABCD).
Existem referências históricas das manobras de RCP que datam desde a
Antiguidade.
A equipe deve estar treinada e capacitada para a sua realização, pois
está técnica deve ser desempenhada com seriedade absoluta, onde os fatores
tempo x vida são essenciais.
O objetivo desse trabalho é qualificar os profissionais da Enfermagem
para realização da RCP de forma correta e eficiente, onde os profissionais dessa
área devem conhecer a técnica a ser empregada, verificar se realmente há a
necessidade da realização da técnica, compreender os sinais da equipe, conhecer
a medicação a ser utilizada e seus efeitos, aprender a comandar a sua equipe,
fazer a reanimação até que se tenha certeza do óbito do paciente, o qual é
anunciado pelo médico responsável.
Quanto a metodologia adotada para o desenvolvimento da presente
pesquisa, foi selecionado o método de revisão bibliográfica.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A American Heart Association (AHA) é uma entidade americana
responsável por grande parte dos protocolos de primeiros socorros e emergências
médicas que são utilizados no mundo.
Através de pesquisas muito bem fundamentadas, a AHA é responsável
pelas atualizações neste protocolo.
A RCP é um conjunto de procedimento utilizados na vitima de PCR, na
tentativa de restabelecer a ventilação pulmonar e a circulação sanguínea
(OLIVEIRA,PAROLIN, TEIXEIRA, 2004).
Antes de se começar as manobras de ressuscitação, devemos posicionar a
vítima em superfície plana, verificar as via aéreas, conferir se elas estão
desobstruídas, pois as massagens não serão eficientes se não houver a entrada
de oxigênio no pulmão (SANTOS, 1999).
A primeira fase da RCP pode ser desenvolvida com ou sem equipamentos
especiais, portanto pode ser desenvolvida com ou sem a presença do médico.
Já a segunda fase da RCP obriga a presença do médico, pois envolve
conhecimentos e treinamentos especiais.
As cinco principais modificações introduzidas nas diretrizes de 2005 são:
maior ênfase e recomendações para melhorar a aplicação de compressões
torácicas; uma única medida para a compressão-ventilação para todos os
socorristas quando sozinhos e todas as vítimas (exceto recém-nascidos);
recomendação de que toda a respiração no RCP deve ser dada acima de 01
segundo e produzir elevação visível do tórax; novas recomendações de que, a
cada choque, deve seguir imediatamente RCP, sendo usada para atender
desfibrilação em caso de fibrilação ventricular (FV) e parada cardíaca súbita
(PCS), a checagem do pulso e ritmo só devem ser feitas após 02 minutos de
execução de RCP e respaldo a recomendação do International Liaison Committe
on Resuscitation (ILCOR,2005) para o uso de Desfibrilador Automático Externo
(DAE) em crianças de 01 a 08 anos (e mais velhas), usando uma redução da dose
para crianças se disponível.
A COMPRESSÃO DO TÓRAX DEVE SER EFICIENTE
Compressões do tórax eficientes produzem fluxo no sangue durante a
RCP.Para realizar compressões eficientes os socorristas devem “comprimir com
força, comprimir rápido”.A compressão do tórax deve atingir taxas de 100
compressões por minuto (AHA, 2005).
Permitir o retorno completo do tórax para a posição normal após cada compressão
e faça aproximadamente compressões e tempos de relaxamento iguais;
Tentar limitar o tempo de interrupções nas compressões, toda vez que você
pára as compressões, o fluxo sanguíneo também pára.
Antes a importância na qualidade e nas taxas de compressões, não eram tão
enfatizadas. Quando há PCS, não há fluxo de sangue. As compressões torácicas
criam um pequeno fluxo para os órgãos vitais, como o cérebro e miocárdio.
Quanto mais profundas, tanto melhor o fluxo.
COMPRESSÃO-VENTILAÇÃO
A AHA recomenda a medida de compressão-ventilação 30:2 para todos os
socorristas para vítimas de todas as idades (exceto recém-nascidos).
Segundo Frisoli, a medida de compressão-ventilação para adultos recomendada
era de 15:2 em adultos. Durante os primeiros minutos de uma FV em uma PCS, a
ventilação é provavelmente menos importante do que as 5 compressões torácicas.
A maioria das crianças e lactentes, as vítimas de afogamento, overdose de
drogas e trauma que desenvolvem PCS, o fazem devido a hipóxia.
RECOMENDAÇÕES PARA VENTILAÇÃO DE 01 SEGUNDO DURANTE O RCP
Cada ventilação na RCP deve durar 1 segundo ou mais.
Esta recomendação se aplica a todos os socorristas. Onde eles devem
prover o número de ventilações recomendadas e devem evitar o emprego de mais
ventilações do que o recomendado ou ventilações muito compridas ou muito
fortes.
Segundo Timerman, muitos volumes diferentes de ventilações eram
recomendados com ou sem oxigênio. Ventilações deveriam ser empregadas em 1
segundo ou acima de 1 e entre 2 segundos.
Durante a RCP o fluxo de sangue para os pulmões é muito menor do que o
normal, por isso a vítima necessita de menos ventilação do que o normal. De fato,
durante os ciclos de RCP, é importante reduzir o tempo usado para o emprego
das ventilações para reduzir a interrupção das compressões.
Alem disso, o emprego de ventilações muito fortes ou muito volumosas pode
causar problemas gástricos e complicações posteriores.
DESFIBRILAÇÃO
As mudanças foram feitas para amenizar as interrupções nas compressões
do tórax (GUIDELINE,2005).
A desfibrilação imediata é apropriada para todos socorristas atendendo a
um colapso súbito testemunhado com DAE no local (para vítimas maiores ou
iguais 1 ano de idade).Compressões antes da desfibrilação devem ser
consideradas quando da chegado do serviço médico de emergência à cena do
colapso súbito, é maior do que a 4 ou 5 minutos depois da chamada.
Um choque seguido de RCP imediato iniciando com compressões do tórax
é utilizado para a realização de desfibrilação.O ritmo é checado depois de 5 ciclos
de RCP ou 2 minutos (CIRCULATION, 2005).
Para realizar desfibrilação em um adulto a dose usada em um desfibrilador
manual monofásico é de 360 J.
Quando qualquer socorrista testemunha uma parada cardíaca em adulto e
um DAE e está imediatamente desprovido no local, o socorrista deve usar o DAE
assim que possível. Quando qualquer socorrista profissional testemunha um
colapso súbito em criança, o socorrista deve acionar (ou) mandar alguém acionar
o sistema de emergência ou telefone de emergência e deve iniciar o RCP e
colocar o DAE na vitima assim que possível. Quando usando o DAE para uma
criança sem resposta a qual não foi testemunhado o colapso, o socorrista deve
executar 5 ciclos ou cerca de 2 minutos de RCP antes de usar o DAE. Quando o
pessoal do serviço médico de emergência chega ao local da ocorrência fora do
hospital em que uma parada cardíaca não foi testemunhada, é razoável que eles
executem cerca de 5 ciclos (cerca de 2 minutos) de RCP antes de chegar o ECG
ritmo e executar a desfibrilação.
RCP IMEDIATO APÓS O PRIMEIRO CHOQUE PARA TENTATIVA DE
DESFIBRILAÇÃO
Para o tratamento de parada cardíaca associada com FV ou taquicardia
ventricular sem pulso, o manual de 2005 recomenda o emprego de 1 choque
simples seguido imediatamente de um período de RCP, iniciando com
compressões. Os socorristas não devem interromper as compressões para checar
a circulação (ex: avaliar ritmo ou pulso),até que 5 ciclos ou aproximadamente 2
minutos de RCP tenham sido fornecidos após o choque. Estas recomendações
podem ser modificadas na situação interna do hospital, particularmente quando
eletrocardiografico ou monitoramento hemodinâmico está presente (AHA, 2005).O
uso de uma seqüência “empilhada” de 3 choques era recomendado, sem a
interposição de compressões no tórax para o tratamento de fibrilação ventricular
com taquicardia ventricular sem pulso. Choques repetidos eram necessários com
desfibriladores monofásicos porque o primeiro choque freqüentemente era sem
sucesso e muitos choques tipicamente eram necessários para eliminar a fibrilação
ventricular.
Antes a dose recomendada para o choque de inicial usando um desfibrilador
monofásico no tratamento de fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem
pulso em adultos era de 200 J. A segunda dose recomendada era de 200 a 300 J,
e a dose recomendada para terceira e subseqüentes era de 360 J (OTTO,1993).
Já diante de um desfibrilador bifásico a dose do choque inicial selecionada
para adultos é 150 J a 200 J. A segunda dose deve ser a mesma ou maior. O
aumento ou não da intensidade da energia do choque bifásico pode ser usado
com segurança e eficiência para eliminar a fibrilação ventricular de curta ou longa
duração. Se o socorrista não é familiarizado com a dose especificada do aparelho
a recomendação consensual é de que o uso da dose deve ser de 200 J.
SUPORTE BÁSICO DE VIDA EM PEDIATRIA
Tradicionalmente, o termo suporte básico de vida em pediatria (SBVP) tem
sido usado para referir-se ao fornecimento de RCP em crianças.
A AHA também recomenda a medida de compressão-ventilação de 30:2
para lactentes e crianças quando os socorristas estiverem sozinhos, e a relação
de 15:2 quando forem em dois socorristas.
Segundo Zideman, a medida de compressão–ventilação recomendada
antes para lactentes e crianças era de 5:1.
Segundo o ILCOR(2005), o DAE pode ser usado em crianças de 1 a 8 anos
de idade (ou mais velhas).Para crianças entre 1 e 8 anos de idade o socorrista
deve usar um DAE com um sistema atenuador de dose pediátrica se este estiver
disponível.
A dose inicial para realizar desfibrilação em bebês e crianças usando um
desfibrilador monofásico ou bifásico, continua sendo a primeira dose 2 J por kg e a
segunda e doses subseqüentes, 4 J por kg ( CLEMENTS,2000).
FARMÁCOS EMPREGADOS EM REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR
Os fármacos são usados para aumentar a perfusão coronariana, corrigir a
hipoxemia, aumentar o inotropismo cardíaco, aumentar a perfusão cerebral e
corrigir os distúrbios ácido-base e eletrolítico.Eles devem ser administrados o mais
rápido possível, de preferência durante a carga de desfibrilação (ATLS,1993).
Os medicamentos utilizados na RCP são: Oxigênio, cuja finalidade é reduzir a
hipoxemia, a adrenalina responsável pela restauração do tônus vascular,
propiciando um melhor fluxo sanguíneo, cerebral e coronariano, a vasopressina
que atua como vasoconstritor melhorando a perfusão coronariana, o bicabornato
de Sódio responsável pela correção da acidose metabólica ,a atropina utilizada na
bradicardia atua diretamente na função elétrica do coração), a lidocaína, um
anestésico,o cálcio que atua adversamente nas arritmias, os fármacos vasoativos
( noradrenalina, dopamina e dobutamina).
COMPLICAÇÕES DA RCP
Minimizados na realização correta da reanimação cardiorespiratória,
mesma assim podem ocorrer fratura de costela, fratura de esterno, pneumotórax,
hemotórax, contusões pulmonares, lacerações do fígado e baço, embolia
gordurosa e outros menos freqüentes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No presente artigo, foram revisados os principais aspectos relacionados ao
Suporte Básico e Avançado de Vida.
A Parada Cardíaca representa a maior emergência médica com que
podemos nos deparar.
Em uma situação como essa, o diagnóstico rápido e a seqüência correta no
atendimento possibilita uma maior chance de sobrevivência.
O uso de fármacos específicos também pode melhorar a eficácia das
manobras buscando reanimar a vítima, principalmente se for administrado durante
a carga de desfibrilação.
Nesta pesquisa pude perceber o quanto é importante a atualização dos
profissionais que atuam nessa área, pois nunca sabemos quando, onde ou com
quem irá acontecer uma situação de emergência. É de fundamental importância o
treinamento e a orientação dos profissionais dentro e fora dos hospitais.
Precisamos estar preparados para atuar com seriedade nessas situações.
O novo protocolo de atendimento está sendo repassado aos hospitais de
forma gradual, porém nem todos os profissionais estão cientes das alterações,
principalmente no que se refere ao número de massagens cardíacas.
REFERÊNCIAS
AHA, American Heart Association
ATLS, Advanced Trauma Life Support –Course for Physicians by American

4 comentários:

  1. Passei por uma situação no hospital no qual sou estagiaria de enfermagem, em que um paciente idoso com CA terminal, teve uma PCR de manhã assim que cheguei ao hospital. Foi uma correria na tentativa de reanimar o paciente, e uma ds duvidas que eu tinha era a respeito dos farmaco utilizados nesse caso. O medico utilizou, adrenalina e dobutamina no paciente, que infelizmente não reagiu mesmo mediante a tantas tentativas de reanimalção. Achei muito interessante esse artigo, que esta qualificado para sanar bastantes duvidas a respeito da RCP.

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  2. Tenho uma dúvida e agradeceria se puderem responder. No momento da RCP, surte algum efeito se eu ventilar o paciente com um ambu antes mesmo de realizar a comprensão torácica? Eu acredito que não porque não adianta por oxigenio para dentro se o coração não consegue bombear esse oxigenio para as celular e os tecidos, posso estar enganada. A minha duvida é devido a uma situação pela qual passei na qual o paciente encntrava-se em PCR e eu como estagiaria de enfermagem não pude tomar a frente para o socorro, apenas auxiliei, e a primeira coisa que vi foi, vetntilarem c/ ambu antes mesmo da massagem cardiaca.

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  3. Gostaria de saber se realmente houve alteração no exame primário ABCD? Obrigado

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  4. sendo anvisa atropina ja era para estar fora do mercado farmacologico terapeutico, mas e encontrados em todos carrinhos de emergencia.

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