Unidade Terapia Intensiva

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UTI

terça-feira, 6 de abril de 2010

O SEGREDO DA HUMANIZAÇÃO ESTÁ NOS DETALHES DOS CUIDADOS

O SEGREDO DA HUMANIZAÇÃO ESTÁ NOS DETALHES DOS CUIDADOS


RESUMO

Diante da intensa crise da saúde pública, crise de humanismos, da dificuldade de fazer pessoas melhores, ou seja, profissionais da saúde mais humanos. Diante da humanização dos cuidados, um tema tanto falado e pouco vivido surge para resgatar o cuidado, os profissionais, ou seja, para dar qualidade na assistência ao doente. Na tentativa de não só enxergar o lado técnico, mas procura tirar a trava do olho para ver o sujeito como um todo, no seu contexto histórico, uma prática de cuidado vista com olhos do amor, solidariedade e compaixão. A dificuldade de colocar em prática esse cuidado humanizado está no modelo de política de saúde adotado, não voltado para o paciente-profissional, já que o profissional de saúde se encontra fadigado mentalmente, esgotado, angustiado, cansado, estressado, situação relacionada das altas cargas de trabalho, do dia/ dia, de lidar com dor e sofrimento do paciente, da impotência de curar e da necessidade de ultrapassar os limites sem sucesso. Essa debilidade emocional interfere no cuidado e na qualidade da assistência.

INTRODUÇÃO

Falar em humanizar é muito fácil o duro é colocar em prática, frente às intempéries do cuidado. Diante desse dilema surge a desumanizarão do cuidado inconscientemente pelos profissionais de saúde, muito embora exista a vontade de fazer, mas o estresse acaba comprometendo o trabalho. Das várias realidades e utopias dentro do cuidado, partindo dessa controvérsia a humanização caminha para uma construção, reconstrução e transformação no modelo de cuidado, mas é necessária instituição, profissionais e pessoas querer fazer acreditar na mudança do cuidado, incorporar os detalhes no cuidar como uma glória em cada ato, ou procedimento realizado, na conversa, na escuta, no contato afetivo, no olhar dentro do olho, na preocupação, na ajuda, no pegar na mão, na simplicidade de fazer, no tratar o paciente como se fosse um ente querido seu, na consciência de entender o paciente queixoso, o paciente rebelde, o nervoso, o mal educado e o neurótico. "Quando se trata de impor limites, imobilização, perda da autonomia, dependência dos outros para ajudar é um caos na vida do doente, ou seja, qualquer pessoa normal pode se transformar em maluco frente a essa situação." O que mata não é a doença é a incapacidade de fazer e o impor limites na vida.
Muitas das vezes não queremos cuidar de tal paciente ou porque não nos identificamos ou identificamos demasiadamente com ele. Mas "Somos seres humanos imperfeitos e fragilizados", porém isso não é crime, mas podemos trabalhar essa dificuldade através da mudança dos atos, de praticar um cuidado com sensibilidade, serenidade, de cumprir sua missão, afinal cada paciente é um desafio para ser cuidado e tudo na vida tem um propósito debaixo da terra...
O resultado do o cansaço do profissional reflete no cuidado automático inconscientemente e na tentativa de proteger suas emoções se mostra indiferente, insensível, limitado, cumprir rotina. A estratégia para mudança no paradigma do cuidado é através de uma filosofia de cuidado espiritual, emocional voltada para o profissional de saúde, visando à cura de seu lado sentimental, emocional e de sua alma. O Capelão é de grande ajuda para conversa-escuta e reflexão com profissionais paraterapia comportamental, espiritual e relaxamento de corpo-alma.
O profissional deve sempre fazer uma reflexão no cuidado que esta prestando hoje para ser melhor amanhã.
A rotina organiza o serviço, mas o bom senso é necessário para trabalhar com o próximo.
[...] Cuidado significa um fenômeno existencial básico. "Traduzindo: um fenômeno que é a base possibilita Dora da existência humana enquanto humana". (BOFF, 1999, p.34).
A mão que toca, cura porque leva carícia, devolve confiança, oferece acolhimento e manifesta cuidado. A mão faz nascer à essência humana naqueles que são tocados.

O CENÁRIO DIÁRIO

"Todo dia na rapidez vou" para os quartos verificar SSVV, coloca lençol no carrinho para arrumar as camas, encaminhar pacientes para o banho, fazer banho de leito, a necessidade de terminar o serviço, e fazer todos os banhos de manhã...
"AH"! """ """ ESQUEÇI O BIOMBO" UM CENÁRIO, A PRIVACIDADE DO DOENTE SENDO DIVIDIDA COM OS OUTROS SEM SUA PERMISSÂO".
"No momento que o profissional termina o banho de leito no paciente, e depois vai fazer curativo ou outro procedimento, geralmente o paciente está encolhido ou tremendo de frio, pois inconscientemente, sem maldade o profissional no automático, esquece de cobrir o paciente e/ou fechar a janela do quarto". "Quando o paciente vai para o chuveiro, inconscientemente, o profissional esquece de cobri-lho com uma toalha, afinal no imperceptível o quarto está cheio de outros pacientes e familiares enfim pessoas estranhas participando da intimidade do paciente".
"Enquanto ser humano, tenho o dever de ajudar outro ser humano, para que eu mesmo não me desumanize." (citação no Dia Mundial do Refugiado, 2004)
De maneira geral as reflexões sobre o cuidado humanizado, apresentam duas perspectivas: "o vivido" e o ideal de humanizar, "o falado".

REFLEXÃO

É o cuidado que enlaça todas as coisas; é o cuidado que traz o céu para dentro da terra e coloca a terra dentro do céu; é o cuidado que fornece o elo de passagem da transcendência para a imanência, da imanência para a transcendência e da história para a utopia.
O cuidado faz surgir o ser humano complexo, sensível, solidário, cordial, conectado com tudo e com todos no universo.
. O cuidado vive do amor primordial, da ternura, da carícia, da compaixão, da convivialidade, da medida justa em todas as coisas. Sem cuidado, o ser humano, como um tamagochi, definha e morre.
Hoje, na crise do projecto humano, sentimos a falta clamorosa de cuidado em toda a parte.

OBJETIVO

Analisar a prática de cuidado em todas as suas dimensões relacionada ao paciente.
JUSTIFICATIVA
O profissional de saúde geralmente são heróis ou heroínas, pessoas brilhantes e fascinantes, pois está mais próximo do pacientes que qualquer outra pessoa, familiar, filho, parentes e outros, ajudam o paciente nos momentos mais inusitados, e/ou de total intimidade, muitas vezes momento único e exclusivo de um ser humano, que talvez preferisse estar sozinho, mas o limite, a doença o impossibilita de poder estar. Quando digo que o profissional é brilhante porque é nos momentos mais delicados, como banho, curativo, na troca de fralda, na alimentação na medicação lá estão eles os "Anjos de Branco".
Na mudança de leito, no colocar o paciente na cadeira, muitas vezes visa muito à técnica e esquece de dar um pouquinho de atenção, de conversar, de ouvir, dificuldade do profissional, problema que tem muita relação com a própria questão cultural, afinal são preparados para lidar somente com a parte técnica.
Mas através da reflexão, da comunicação, na criação de um espaço para refletir "como cuidar melhor", humanizar não é impossível, e falar que é utopia é uma ignoraçância das pessoas, porque afinal quando estamos na ativa temos a chance de fazer as pessoas serem melhores inclusive nós, pois poderemos ser algum dia pacientes.
Perguntas:

1. Qual é a minha responsabilidade diante do cuidado com o paciente?

2. Como gostaria que alguém cuidasse de min?

3. Qual é a prática de cuidado que fiz ontem e a que faço hoje ?

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